No dia 27 de Maio estivemos em Paranaguá, no posto Cupim, foi uma benção. Distribuímos folhetos, cds, bíblias, verificamos pressão arterial e oramos com vários caminhoneiros, abençoando suas vidas e seus familiares. Um caminhoneiro aceitou a Jesus e ficou muito feliz. No período da tarde, creio que pela orientação do Espírito Santo, fomos descansar um pouco na parte antiga da cidade, ao lado do canal qua vai à Ilha de Valadares. Enquanto o pessoal da equipe foi ao mercado antigo ver artesanato, eu fiquei na Kombi descansando. Em minha frente havia uma paisagem muito linda: de um lado, o manguezal verde que se misturava com as águas esverdeadas do canal. Do outro lado, uma faixa arborizada na qual havia um quadro não bonito de se ver. Debaixo daquelas árvores, um grupo jovem bebia, fumava e conversava. Verdadeiros lixos humanos. O Espírito Santo tocou tão forte no meu coração que eu não me contive. Peguei uma garrafa de café, copinhos descartáveis, alguns folhetos e fui até eles. "Oi, como vão vocês? Vai um cafézinho aí?". Um deles disse-me que não queria, mas foi o primeiro a tomar o café. Um outro disse-me: queremos o café, mas o que eu quero é que você nos fale da palavra de Deus. Isto tocou profundamente meu coração. Levantou-se de debaixo de uma outra árvore, uma jovem totalmente derrotada, creio que embriagada ou drogada, estava numa "nóia". Dava pena de ver aquela figura totalmente acabada. Apesar da pouca idade, mais parecia uma velha. Tomou o cafézinho e voltou para o seu ninho. Deus encheu o meu coração de amor e pôs palavras em meus lábios. Eu disse: "Deus ama vocês e quer abençoá-los". Um deles disse-me: "Eu acho que Deus esqueceu de mim". Respondi dizendo que Deus não tinha se esquecido dele, que Ele o amava e estava pronto a ouvi-lo se o buscasse de todo o coração.

Um deles pediu para fazer a leitura do folheto: "Esperei com paciência no Senhor e Ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor. Tirou-me de um lago horrível, de um charco de lodo; pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos e pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão e temerão e confiarão no Senhor. Eu sou pobre e necessitado, mas o Senhor cuida de mim. Tú és o meu auxílio e o meu libertador. Não te detenhas, ó meu Deus. (Salmo 40:1-3 e 17)."

Este jovem fez a leitura num tom de voz que todos ouviram bem. Foram momentos preciosos. Eu fiz uma oração a Deus, clamando por uma oportunidade para eles. Confesso que lágrimas rolaram pela minha face quando orava por eles. Ali sentíamos uma verdadeira igreja sem as "quatro paredes"e a presença de Deus entre nós se fez sentir! Deixei-os, com tristeza, em seu ambiente triste. Mas creio que ali ficou a semente da palavra de Deus.

Pastor Elizionor Monteiro de Almeida